
Remexendo nos arquivos, fui encontrar uma troca de mimos a respeito do regime das Farmácias, antiga, de Fevereiro de 2004, com o Prof. Vital Moreira.
Eu - reconheço agora à distância - fui grosseiro e chamei-lhe "
comuna empedernido" defensor do liberalismo económico; Vital Moreira respondeu à letra dizendo que eu estaria possuído de uma "
fúria trenga" e ingloriamente alinhava apenas duas ou três considerações irrelevantes.
É importante remexer nas memórias.
Passados mais de dois anos e meio já ninguém tem dúvidas que este Governo tem um ódio de estimação às Farmácias, que as usa como arma de arremesso para falsamente se vangloriar da coragem em enfrentar lóbis e que só não arrasa definitivamente o sector por medo de prováveis efeitos secundários, por medo que a perda de qualidade dos serviços prestados aos doentes possa depauperar ainda mais o nosso sistema de saúde.
A prática diz-nos então - concluo eu - que o eminente Prof. Vital Moreira estava errado, que o regime de liberalização que defendia - ainda defenderá? - é inexequível e perigoso, a não ser a coberto de uma imensa irresponsabilidade. Irresponsabilidade que nem, com esforço, os seus camaradas do Governo são capazes.
É difícil compreender o mundo sentado num gabinete.