Este título, do
Jornal de Negócios teve repercussão imediata em vários jornais e televisões.
«De acordo com um documento interno das Finanças, a que o Jornal de Negócios teve acesso, as farmácias incluem-se na "Prioridade 1", que engloba os sujeitos passivos com maior risco de incumprimento.»
Ora o principal cliente das Farmácias é o próprio Estado, como bem se sabe, através da comparticipação dos medicamentos; por outro lado os clientes-doentes raramente se esquecem de pedir factura, válida como dedução de IRS; ainda a Farmácia, que eu saiba, são a única actividade obrigada a imprimir facturas em duplicado, uma para o cliente, outra - em papel contínuo - para o fisco. Os principais fornecedores são grandes companhias farmacêuticas multinacionais, cotadas em bolsa, com sistemas de controlo de gestão eficientes e cuja imagem nunca poderia ser toldada por pequenas negociatas de fuga ao fisco num país mínimo.
Com base nestes factos pode-se concluir que a margem de "fuga" não será assim tanta que justifique a inclusão na dita "prioridade 1" das Finanças. De imediato me lembro de tantas outras actividades onde é muito mais fácil, provável e evidente a evasão fiscal.
Porque têm os jornais acesso a documentos internos das Finanças e porque indiciam apenas as Farmácias como pertencendo ao grupo da "prioridade 1"?