
Era uma vez, há muito tempo, um físico, um boticário e um cirurgião. O físico era muito próximo do boticário e bastante menos do cirurgião.
Mais tarde, o mundo dá muitas voltas, o físico aproximou-se do cirurgião e ambos separaram-se do boticário, que entretanto tinha contratado um outro interveniente para lhe preparar os remédios em grande escala.
Muito bem. Separar os negócios a bem do doente.
Passa o tempo e as relações azedam. Já não por causa do doente; até porque os ventos da modernidade trazem indicações de trabalho multidisciplinar e de partilha de conhecimentos. Apenas por causa do negócio!

A causa da desavença, meus caros leitores, é fácil de explicar: o negócio atingiu valores monstruosamente elevados; muito mais elevados do que seria logicamente esperado; e ninguém quer arcar com a responsabilidade por tanto desperdício inexpicável.
Eu, suspeito, apenas posso dizer que fico espantado com atitudes como a revelada na foto anterior, antiga, quando a Ordem dos Médicos, Norte, se intromete de uma forma destemperada no regime de exercício de uma profissão alheia e como a revelada no texto abaixo, actual, onde são efectuadas acusações graves e que importava provar.
Mais parece um sacudir água do capote, uma procura de álíbi.
Uma coisa é certa: Não se dispensam medicamentos comparticipados sem uma receita médica.
